segunda-feira, 29 de abril de 2013

Recomeço ... agora sem vesícula!!! Post looongo

Bom dia, meninas!!!!

Pois é, agora sou uma mulher desvesiculada e, tem que rir para não chorar, porque foi punk.

Para começar a conversa, a cirurgia tinha sido marcada para o dia 11 ou 18 de maio e, o plano de saúde, negou a princípio a autorização, alegando que a doença era pré adquirida e que por isto tinha carência. Bom, parto do princípio que pré adquirido ou existente, é tudo aquilo que você já sabe o que tem e, neste caso, eu não sabia e todos que me conhecem sabiam disto também, porque foram 2 anos sem plano de saúde e qualquer exame feito, sendo assim, não houve má fé da minha parte.

O caso é que eles pediram para o médico que iria me operar um relatório com a estimativa de tempo da existência da doença e da urgência da operação. O tal relatório só podia ser feito no formulário enviado por eles. Fiquei sabendo disto na quarta-feira dia 10/04 e a secretária do médico toda solicita em me ajudar, quis antecipar as coisas, mas não conseguiu por causa da burocracia do plano.

Neste meio tempo, comecei a piorar, os enjoos aumentaram, assim como os calafrios. Perdi o apetite e minha barriga começou a inchar e endurecer. No sábado dia 13, fomos a um churrasco na casa de uns amigos (fui por respeito e amor a Gabizinha, porque não estava em situação física para isto). Não comi quase nada (um pouco de tabule, dois pedacinhos de carne sem gordura e 1 pãozinho de alho que parecia um pãozinho de queijo e, um pedaço pequeno do bolo). Por volta das 9hs da noite, comecei a passar mal, enjoada, com tontura e segundo a minha amiga, estava pálida e abatida.

Meu marido me trouxe de volta e quando cheguei em casa, corri tomar um banho e para deitar. No domingo amanheci péssima. Parecia que tinha comido um boi temperado com ferro. Aquele gosto horrível não saía da minha boca. Preparei uma sopa de mandioquinha, fiz uma torta de frango para o almoço dos filhotes e marido e passei o dia deitada, sem vontade de fazer nada.

Na 2a. feira, dia 15/04, liguei para a secretária do médico e ela me informou que eles não haviam mandado o formulário ainda para preenchimento e, me orientou a ir ao consultório falar com o doutor. Liguei para o outro consultório e a outra secretária me encaixou para a terça de manhã, às 10h30 (primeiro horário). Apesar de ter levantado melhor, naquele dia, no decorrer das horas fui piorando. Almocei com o meu marido, por volta do meio-dia e logo os enjoos voltaram, perdendo a vontade fazer qualquer coisa. Deitei um pouco no sofá e, fui protelando a hora de lavar o quintal dos dogs até não poder mais. Levantei com um enorme sacrifício, fiz o que tinha de fazer e fui buscar os meninos. Estava passando tão mal que tive de ligar para o marido e pedir para ele voltar comigo para casa (nos últimos dias ele estava ficando até mais tarde para acumular horas para ficar comigo no hospital).

O retornar, fui direto para o sofá, me cobri e por lá fiquei. Não quis jantar, estava totalmente sem apetite, tomei meu banho tremendo de frio e foi então que percebi que minhas unhas e dedos roxos. Tremia demais. Fui medir minha temperatura e estava 38ºC. Não tinha coragem de fazer nada, fui para cama deitar e tentar dormir um pouco. Mais tarde, meu marido foi ver como estava e a temperatura já havia subido mais. Tomei antitérmico e dormi muito mal à noite.

No dia seguinte, o marido tinha uma reunião importante e eu tinha que ir ao médico e, para ajudar também estávamos no rodízio. Falei para ele que iria sozinha ao médico e, dependendo do que ele falasse, eu ligaria para ele e informava. Saímos juntos de casa para levar os meninos na escola, o maridão iria ficar na estação de trem e poucos metros de casa, pedi para ele parar o carro, porque estava passando mal demais e precisava chamar o Hugo. Foi o suficiente, para apavorar os meninos e deixar o marido com a pulga atrás da orelha. Na mesma hora, ele mandou uma mensagem cancelando a reunião e decidiu me acompanhar no médico.

Chegando em casa, corri para o banheiro e botei para fora o pouco café da manhã que tinha conseguido comer (3/4 de uma torrada e dois dedos de café com leite, apenas para tomar o remédio do estômago). Aguardei deitada o horário da consulta e fomos para lá. Chegando ao consultório, a secretária pediu para eu aguardar um pouquinho e assim que o médico entrou, ele me atendeu. Bastou me olhar para dizer que eu deveria ir para a emergência assim que saísse dali, num hospital da região bem pertinho. Disse que, com certeza seria atendida, porque do jeito que estava não dava para ficar. Pediu alguns exames, fez uma carta solicitando a internação na emergência e tentou me tranquilizar, mas confesso que estava difícil.

Voltei para casa, peguei minhas coisas e, fomos para o hospital. Era aproximadamente meio dia e vinte e, estava tão cheio que parecia hospital público. Mostrei minha carta, estava passando mal e tive de fazer minha ficha para ser atendida sem prioridade nenhuma. Passei pela triagem (mostrei a carta novamente e, a enfermeira, que disse que era para eu mostrar para o clínico, o que me revoltou foi que ela sequer leu o que estava escrito).

Como sei disso: ela me perguntou o que eu estava sentindo, eu disse que estava com cólica na vesícula por causa de dois cálculos e ela teimava em dizer que iria colocar dor nas costas, porque não podia colocar na vesícula e quem iria verificar o que estava dizendo era o médico. Mediu minha temperatura (porque eu pedi) e estava com 38ºC de novo e com a pressão alta (15x10). Depois disto, pediu para eu aguardar na recepção e na hora que fosse passar com o médico, mostrar a tal cartinha.

Lá fui eu sentar pacientemente ao lado do meu marido, quase sem forças. Fiquei ali, quietinha, sofrendo minhas dores em silêncio por mais ou menos 30 minutos. De repente, meu marido olhou pra mim, e reclamou que estava demorando demais para me atender. Levantou e foi perguntar para o guarda com quem poderia falar para reclamar do atendimento, já que a esposa dele estava com muita dor, febre, pressão alta, sem comer e com uma carta para internação na emergência e ninguém me atendia. A tal enfermeira que tinha me atendido, escutou a conversa e mandou ele entrar na sala. Meu marido repetiu a história e ela disse que eu não tinha deixado claro. Pediu desculpas, porque o pronto-socorro estava lotado e ela estava sozinha para fazer a triagem. Pediu para me chamar, viu a carta e pediu desculpas.

Daí pra frente as coisas começaram a fluir, com a passo de lesma, mas foi. Ela me levou lá para dentro e me colocou na sala de um cardiologista que cuidava da internação. Assim que eu entrei no consultório, ele me olhou, leu a carta, perguntou se eu estava com muita dor e, já me mandou para a sala de medicação, enquanto preenchia os formulários para a internação. Falei da recusa do plano e ele me disse "no quadro visível que você está, eles vão autorizar, porque vai aparecer no exame".

Lá fui eu para a sala de medicação, que para variar estava lotada. Depois de quase 20 minutos esperando, arrumaram uma cadeira e foram colher meu sangue e me medicar. Primeira tentativa para colocar o scalp e retirar o sangue, já deixando preparado para a cirurgia, deu errado. A enfermeira estourou minha veia e eu desmaiei. Na segunda tentativa, mais uma veia estourada e novo desmaio. Logo em seguida, uma crise de hipoglicemia, (meus braços formigavam e não conseguia mexer minhas mãos, meninas, foi muito tenso), pelo menos foi o que me disseram.

As enfermeiras me deixaram um pouco em paz e depois de mais ou menos uns 30 minutos, uma outra me levou para uma sala e me deitou na cama para fazer a punção e colher o sangue. Fui medicada com profenid e soro, depois fui fazer o exame de ultrassom, por volta das 16h20. Voltei para a sala de medicação e lá fiquei esperando o resultado dos exames e a liberação da internação (que o plano ainda criava resistência).

Minha irmã chegou para me fazer companhia, enquanto meu marido buscava meus filhotes na escola e, novamente, veio uma enfermeira colher mais sangue, porque o colhido não tinha sido suficiente para os exames solicitados. Vale lembrar que eu estava em jejum, praticamente desde às 13h do dia anterior, já que meu café tinha ido pro ralo e que, quando eu vou colher exame de sangue, eu travo, principalmente se eu percebo que a enfermeira não tem muita experiência.

Foram horas de angústia, de dor e sofrimento, até que às 20h22 veio a autorização do plano, para a cirurgia de emergência, mediante a um quadro de inflamação na vesícula. Ficava a dúvida se iria direto para o centro cirúrgico ou seria operada no dia seguinte.

Neste momento, bateu aquele medo natural, porque não seria o Dr. Carlos que ira me operar e sim um médico que estivesse de plantão no centro cirúrgico naquele dia. Depois de mais unas 3 horas, decidiram que seria operada no dia seguinte às 8h da manhã. Subi para o meu quarto, tomei um banho e tentei dormir.

No meio da madrugada, o efeito das medicações que tinha tomado (profenid e o tilatil) as dores voltaram mais fortes. Meu marido correu no centro de enfermagem, pedindo para ser medicada. Eles vieram rapidamente e me deram o tramal desta vez e, pouco depois começou a sessão soro e antibióticos, já me preparando para a cirurgia. Por volta das 8h30 segui para o centro cirúrgico, aonde eu fui tratada com todo o carinho do mundo.

O Dr. Eduardo me examinou pouco antes de seguir para a sala  de cirurgia e me disse para ficar tranquila, que todo aquele sofrimento acabaria. Minha cirurgia começou por volta das 9h e seguiu até às 10h40 segundo meu marido. Foram retiradas duas pedrinhas pequenas e a vesícula que foi enviada para análise. Fiquei na recuperação até o 12h10 e voltei para o meu quarto. Sentia muito frio e uma dor insuportável na minha barriga. Dormi um pouco, finalmente me deram algo para comer, completando 48h em jejum.

Não tinha fome, só dor, sede e vontade de dormir. Meu marido me forçou a comer umas 5 colheradas de sopa de legumes bem ralinha e salgada (para o meu paladar que está acostumado com pouco sal), tomei 3 goles de suco de caju e comi um potinho de gelatina de limão. Dormi mais um pouco e levantei aos pulos da cama (não sei como até agora), quando fiquei sabendo que meu pai estava chegando com minha irmã e minha mãe para me ver.

Meu problema nesta hora era meu pai não me ver nua, pode? Coloquei meu pijama com a ajuda do meu marido e voltei para a cama. Meus pais chegaram e ficaram comigo até às 15h30. Só depois desta hora e, que comecei a ser medicada e pude tomar água. Minha boca ficava seca quando eu falava, e ficava com aquela sensação de língua embolada, só tinha sede.

Fiquei no hospital até 5a. feira (18/04) às 11h. Voltei para casa, morrendo de dor e quase sem conseguir andar. Chegando aqui, tinha um anjo me esperando e limpando a minha casa, a Luciana, que tentou colocar isto aqui em  ordem antes de eu chegar. Tomei um banho e vim deitar no meu super sofá, que reclina o encosto ( o que me ajudou muito). A Lu preparou uma sopinha deliciosa, sem gordura e eu consegui comer um pouco. Passei o dia deitada e paparicada pelo maridão, pela Lu e quando os meninos chegaram por eles.

A recuperação tem sido excelente, um pouquinho todo dia. Os pontos começaram a cair e segundo o médico já posso dirigir distâncias curtas. Meu marido preferiu me deixar em recuperação ainda esta semana, sem fazer nada, só deitadinha ou sentada (bordando, teclando, ô vidona!!!). Dirigir? Só semana que vem, por causa do esforço causado pelo trânsito de São Paulo. Enquanto isto, estou colocando umas coisinhas à toa em ordem. Já organizei todas as minhas linhas de bordado e a próxima atividade, serão as pastas de documentos. Sabe aquelas coisas que a gente tem que fazer, mas não consegue por falta de tempo?

Meu organismo ainda está se adaptando. Percebi que meu intestino está funcionando melhor (bem melhor), aproveitei a boa fase de pouca comida, para voltar a tão sonhada reeducação alimentar e do dia 15/04 para agora já eliminei 3kg e isto porque estou com visita (a dona M. apareceu no final de semana).

Mas, o mais importante de toda esta história é que estou bem, recuperada e que entendi finalmente a importância de me cuidar. Hoje eu sei, que se eu tivesse me cuidado melhor, estaria magra e saudável e provavelmente, não teria que ter passado por isto. Mas, passado é passado e, o que importa é daqui pra frente, é o que eu vou querer fazer da minha vida e da minha alimentação.

Beijos no coração de todas e obrigada pela torcida!

Boa semana a todas!!!!

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